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Ashtanga Yoga, minha prática.

Luz, Movimento, Criação.

A faísca que dispara o desejo – aquela que às vezes queima e determina a ação e outras vezes se dissipa em pensamentos selvagens e emoções indomadas – é a luz que guia seu caminho. Através da sombra que ela provoca nós procuramos a Verdade. Como perseguidores do prazer, sabemos que para esse fogo queimar basta sentir-se vivo.

 

No começo de minha jornada em direção à autodescoberta e autorrealização, eu era uma filha, uma irmã, uma amiga, uma artista e uma sonhadora. Em momentos diferentes da minha vida, essas identidades determinaram minhas inclinações e foram os pontos iniciais de minhas decisões. No começo da minha vida, eu era a filha dos meus pais acima de tudo, então fiz de tudo para dar orgulho ao meu pai e dar brilho aos dias da minha mãe. Conforme cresci suficientemente para voar para fora do ninho de meus pais, a filha e a irmã em mim se ofuscaram e a sonhadora e amiga surgiram. Conforme mergulhei em meus sonhos, vi um mundo cheio de possibilidades selvagens, arriscadas e nebulosas. Esse “e se” acendeu o fogo da liberdade, coragem e determinação. Isso também me colocou em um caminho de autoamor, e me deu a força para perseverar na busca de meus sonhos e propósitos.

 

Conforme explorei o mundo, comecei a tropeçar em diferentes caminhos que me ofereceram possibilidades de despertar esse meu fogo. No começo dessa jornada, minha curiosidade me levou ao templo Shaolin, onde me encontrei mergulhada no fluxo dos katas e fascinada pelo autocultivo que eles alimentam. Dediquei-me a render-me e a disciplinar-me e virei uma hatchisimui, o primeiro grau da faixa preta. Comecei, então, a ensinar iniciantes do Shaolin, enquanto estudava medicina oriental e o Tao Te King. Um dia, enquanto eu morava em Nova Iorque, decidi ir a uma aula de Yoga depois de me impressionar com um livro que encontrei no templo. Mal sabia eu que esse livro iria abrir a porta à essência de meu ser e à incorporação da minha existência.

 

Sou grata ao meu coração destemido por permitir guiar-me da curiosidade à intuição, e à fé de que vir para a Yoga foi parte de um plano divino. Conforme caminho em minha jornada e sigo meu coração, encontro-me sempre revendo essas experiências. Tenho que manter minha luz queimando. Busco por companhias que alimentem meu fogo e pelo apoio que mantenham ele queimando. A Yoga definiu minha forma de viver e de dar a mim as guias para constantemente redefinir e reavaliar minhas estratégias em direção ao cumprimento dos meus sonhos. Isso me permitiu sustentar o espaço para reflexão e sempre oferecendo a força para acreditar em mim mesma e focar no presente. Yoga é uma reflexão íntima na minha relação comigo mesma. É minha oração.

 

Portanto, eu me dedico diariamente a essa oração e me entrego a esse caminho que escolhi. É minha aspiração de que um dia, quando o tempo e espaço se fundam, viverei essa Verdade plenamente e provarei o néctar do compassivo amor incondicional.